Por Leandro Cerqueira
A sociedade contemporânea não pode prescindir de uma política pública de mobilidade que esteja associada ao ordenamento do trânsito e do planejamento urbano como um todo, destacando-se nesse contexto uma política pública de transporte.
A qualidade do transporte público é indicador do grau de acesso que um determinado povo tem à cidade. Define, por conseguinte, o nível de exercício da cidadania e, ainda, se a cidade – entendida como patrimônio público – está de fato ao alcance do conjunto das pessoas que nela residem.
Uma rede de transporte público eficiente é o que une a cidade e os cidadãos, inclui as pessoas, dá oportunidades de estudo, lazer, esporte e de acesso ao mercado de trabalho. Se a prioridade ao transporte público já se justifica do ponto de vista social, ela é ainda mais importante do ponto de vista ambiental e da sustentabilidade. Isso porque a utilização demasiada do transporte individual não só exige constantes investimentos no sistema viário como também eleva os níveis de emissões de gases que contribuem para o agravamento do efeito estufa.
No caso do Distrito Federal, é cada vez mais urgente repensar a política de transportes para afirmar a centralidade do transporte público coletivo. Trata-se de uma exigência de civilidade, antes mesmo de uma preocupação com equalização das oportunidades, o que já seria de grande relevância social.
Não há como suportar a escalada do uso do transporte individual motorizado em detrimento de soluções tecnológica e economicamente mais igualitárias. Se essa lógica não for alterada em pouco tempo poderemos chegar a uma situação de colapso urbano. Essa é a linha que os governantes devem adotar: a de defesa do primado do coletivo sobre o individual e da priorização do transporte público como meio de acesso aos bens e serviços que são produtos dos investimentos de toda a sociedade.
Além disso, é de se colocar no centro de uma política de mobilidade – articulando o ordenamento territorial com o de transporte e de acessibilidade – as preocupações com a sustentabilidade e o consequente incentivo aos meios não motorizados de deslocamento, o que requer também soluções especialmente direcionadas a pedestres e ciclistas. Mobilidade, acessibilidade e transporte público têm de se articular numa política cujo foco seja aproximar a cidade dos cidadãos.
Leandro é presidente da UJS-DF e candidato a Deputado Distrital
Nenhum comentário:
Postar um comentário